Alugar um imóvel pode parecer simples: você entrega as chaves, recebe o aluguel todo mês e pronto. Mas a realidade não é bem assim. Muitos proprietários enfrentam inadimplência, danos ao imóvel, problemas jurídicos e até dificuldades para retomar a posse do bem.
Se você é proprietário ou investidor, precisa entender que locar bem é mais do que fechar negócio. É fazer isso com segurança, planejamento e os cuidados certos desde o início.
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O problema de alugar sem atenção
Segundo dados recentes da plataforma FGVIBRE-SP (2025), a inadimplência em locações residenciais no Brasil gira em torno de 9%, enquanto no mercado de aluguéis comerciais, o índice pode ultrapassar 12%, especialmente em grandes centros urbanos.
Ou seja, a cada 10 contratos de aluguel, pelo menos um tem risco de atraso ou não pagamento. Portanto, os prejuízos para o proprietário vão além da falta de renda: muitas vezes, ele também precisa arcar com custos jurídicos, reparos no imóvel ou meses sem receber nada.
Por isso, antes de entregar as chaves, é essencial entender quais cuidados tomar para evitar dor de cabeça no futuro.
Por que é tão importante locar com segurança?
Um contrato de locação é uma relação jurídica que dura meses ou anos. Durante esse período, tudo pode acontecer. Um inquilino pode perder o emprego, deixar de pagar, causar danos ao imóvel ou se recusar a sair.
Dessa forma, quando o proprietário não analisa bem o perfil do locatário, não faz contrato adequado ou não documenta corretamente a entrega do imóvel, os riscos aumentam e muito.
Por outro lado, quando você toma as medidas certas, consegue rentabilizar seu imóvel com tranquilidade e segurança, e evita problemas que, muitas vezes, se arrastam por anos na Justiça.
Cuidados que o proprietário deve ter ao alugar um imóvel

1. Análise de crédito do inquilino
Pedir apenas os “documentos básicos” (RG, CPF e comprovante de renda) não é suficiente. O ideal é avaliar o histórico do futuro inquilino de forma mais completa:
- Verifique se ele tem nome limpo em órgãos de proteção ao crédito (SPC, Serasa);
- Confirme se a renda mensal é compatível com o valor do aluguel (o ideal é que a renda seja 3x maior);
- Peça referências de locações anteriores ou histórico como locatário.
Você também pode solicitar garantias locatícias, como:
- Fiador com imóvel próprio
- Seguro fiança
- Caução em dinheiro
2. Escolha do tipo de contrato: residencial ou comercial
Cada tipo de contrato tem regras específicas. Sendo assim, se você for alugar para fins residenciais, deve seguir a Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91) com foco em moradia. Mas no caso de imóveis comerciais, existem cláusulas específicas que podem ser ajustadas com mais liberdade, incluindo tempo de contrato, multas e uso do espaço.
Por isso, contar com assessoria jurídica especializada é fundamental para evitar cláusulas abusivas ou omissões que podem gerar conflitos futuros.
3. Elaboração de contrato claro e completo
O contrato de locação deve ser claro e objetivo, com definição de:
- Valor do aluguel e encargos (IPTU, condomínio, seguro, etc.)
- Reajuste anual (IGP-M, IPCA, etc.)
- Garantia escolhida
- Prazo de vigência e condições de renovação
- Multas por descumprimento
- Condições para rescisão
- Responsabilidades de manutenção e conservação
Evite usar contratos genéricos da internet. Cada imóvel tem particularidades que merecem atenção.
4. Vistoria detalhada e documentada
Antes de entregar as chaves, faça uma vistoria completa no imóvel. Ou seja, documente tudo com fotos, vídeos e uma descrição detalhada do estado de conservação, pintura, móveis (se for mobiliado) e instalações.
Esse documento deve ser assinado por ambas as partes e anexado ao contrato. Ele é a sua proteção caso o inquilino devolva o imóvel danificado.
5. Gestão da locação
Depois de assinar o contrato e entregar as chaves, o seu papel como proprietário continua. Ou seja, é importante acompanhar os pagamentos, verificar se o imóvel está sendo bem utilizado e resolver rapidamente qualquer problema ou inadimplência.
Você pode fazer isso por conta própria ou contratar um profissional de confiança, que cuidará da gestão e repassará os valores mensalmente.
E se o inquilino parar de pagar?
Caso o inquilino fique inadimplente, a orientação é agir rápido. Um atraso que se estende por meses se torna mais difícil de resolver.
Com assessoria jurídica adequada, é possível notificar o inquilino formalmente, propor acordo extrajudicial ou, se necessário, entrar com ação de despejo para recuperar o imóvel.
O segredo está na prevenção. Quanto melhor for a seleção do inquilino e a estrutura do contrato, menor a chance de enfrentar esse tipo de situação.
Conclusão
Alugar um imóvel com segurança exige atenção, estratégia e suporte profissional. Ou seja, o proprietário que trata a locação com seriedade protege seu patrimônio, garante retorno financeiro e evita prejuízos.
Portanto, não deixe a pressa ou a empolgação te fazer ignorar etapas importantes. Um contrato bem feito, uma análise de crédito criteriosa e uma vistoria completa são ferramentas que fazem toda a diferença.

